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Como o Grindr 'uberizou' a prostituição masculina

Atualizado: 13 de mar. de 2020

Reportagem: Emannuel Bento / Edição: Luane Ferraz


Um rapaz está encostado no muro de uma rua vaga, cuja popularidade foi criada na base do “boca a boca”. Já é noite, e quem se aproxima conhece os horários daqueles que vendem prazer. O sujeito mantém um cigarro na boca, ou pendurado na orelha. Seu semblante passeia entre o mistério e a sedução. Esse imaginário construído em torno do garoto de programa, alimentado pela ficção, passa por um processo de dissolução. Literalmente. Hoje, esse rapaz fumante pode não ter “ponto” determinado ou hora específica para aparecer. Seu rosto pode, nesse momento, estar vagando ao lado de outras dezenas de feições disponíveis, como se estivesse em um cardápio sexual.


Arte: Filipe Aca

O “menu” é o Grindr, um aplicativo para smartphones criado nos Estados Unidos por Joel Simkhal. O programa é definido como uma “rede social para conectar pessoas gays, bi, trans e queer no mundo inteiro”. Na prática, serve para que homens homossexuais e bissexuais encontrem sexo de uma maneira prática e ágil, influenciando a sociabilidade da comunidade gay contemporânea. De acordo com agência de notícias britânica Reuters, o Grindr possuía mais de 4,5 milhões de usuários em 2019. Os concorrentes são o Hornet e o Scruff, focados na tribo “ursos”.


O Grindr não é uma rede social de prostituição, mas também acaba funcionando como se fosse. Afinal, o mundo digital não tem apenas revolucionado hábitos comportamentais, mas também práticas profissionais. Com desemprego atingindo 12 milhões de brasileiros, a esfera pública tem discutido a informalização do trabalho causada pelos aplicativos de transportes ou de entregas, mas os “bicos” via aplicativos chegaram até mesmo na profissão tida como a “mais antiga do mundo”.


Por dentro do menu sexual

A interface do Grindr é simples, composta por uma grade de perfis disponibilizados do mais próximo ao mais distante de onde o usuário está localizado, com indicação quase exata da distância. Essa característica é possível através da geolocalização - que reforça o paralelo com aplicativos que foram realmente criados com a proposta de oferecer serviços, como o Uber ou Rappi. Para achar um garoto de programa, basta clicar em perfis com nomes como “GP”, “Acompanhante” ou que usam emojis de cifrão ($).


Nas descrições, os michês já antecipam alguns detalhes do serviço, como a existência de um “local” para o ato sexual e suas preferências de posições, nesse caso, ativo ou passivo. Essa vitrine também exibe atributos físicos. Aqueles com corpos malhados, atraentes e que demonstrem virilidade saem na frente, em uma reprodução do que ocorre fora do mundo virtual. Pênis avantajados ou nádegas volumosas também são sinalizados, mas através de expressões ou códigos, pois não é permitido nudez nas fotos principais do perfil.


Nas conversas, no entanto, a troca de conteúdo pornográfico ocorre sem pudor. A linguagem entre os usuários do Grindr é objetiva, direta ao ponto nos interesses sexuais. Também é no bate-papo que o acompanhante vai revelar o seu preço e dar mais particularidades do seu serviço. Na Região Metropolitana do Recife, os preços costumam oscilar entre R$ 100 e R$ 300 por encontro (alguns cobram por hora).


A prostituição via internet, por sua vez, não é algo especificamente novo ou exclusivo do Grindr. Existem diversos sites para garotos de programa, facilmente encontrados em uma simples busca no Google. Na maioria deles, no entanto, os acompanhantes ficam submetidos a uma espécie de “ranking” de garotos mais acessados, enquanto os perfis pagantes conseguem permanecer no topo da lista. No Grindr não existe isso, o que torna a visibilidade mais democrática. Também existem prostitutos que usam o Twitter, já que a plataforma permite nudez em fotos e vídeos, inclusive do ato sexual. Em contrapartida, essa rede envolve exposição excessiva. O Grindr permite um maior “sigilo”. Não por acaso, seu ícone é uma máscara.


Além da praticidade e da privacidade, o que destaca o aplicativo é justamente seu poder de ressignificação. Isso é algo que é natural nas redes sociais. Quando foi criado em 2010, o Instagram era um aplicativo que tinha como premissa a publicação de fotos com filtros. Posteriormente, se transformou em poderosa ferramenta de publicidade, impulsionando negócios e propiciando um novo sistema de celebrização.

No Grindr, no entanto, essa “revolução” na comercialização do sexo ocorre na ilegalidade. Os Termos e Condições de Serviço do aplicativo descrevem uma extensa lista de Regras de Utilização, Conduta e Utilização Proibidas, a exemplo desta: “Não utilizará os Serviços da Grindr para qualquer uso comercial, como a venda ou publicidade de bens ou serviços e compreende que os Serviços da Grindr se destinam apenas a uso pessoal e não comercial no modo e fins pretendidos pela Grindr”.


A cláusula proibitiva, no entanto, não impede quem quer oferecer os serviços. O usuário pode ser banido da rede caso seja denunciado por um outro utilizador, mas é possível criar uma nova conta com o mesmo e-mail da conta banida, o que facilita a vida dos acompanhantes. É o caso de Roberto (nome profissional), jovem pernambucano de 21 anos que atualmente reside no Ibura, periferia da Zona Sul do Recife. Sua conta já foi banida do aplicativo seis vezes na mesma semana. “Eu tive que descobrir qual era o usuário dos arredores que estava me denunciando. Quando encontrei, o bloqueei e o problema acabou”, explica.


“Digamos que uno o útil ao agradável”
Arte: Filipe Aca

Roberto, que no aplicativo usa o codinome “NOVINHO GP”, foi um dos poucos acompanhantes que aceitaram conceder uma entrevista para a reportagem. Não foi fácil encontrar personagens, pois muitos se preocupam em romper a discrição. Alguns “GPs” me bloquearam logo após a proposta de entrevista, outros apenas diziam “não ter tempo” para isso, enquanto alguns tentaram oferecer seus serviços sexuais. Sugeri ter a conversa em um local que fizesse parte do cotidiano do acompanhante. Isso partiu do desejo de imersão nessa realidade, mas também de um empenho em deixar o entrevistado à vontade. Roberto indicou um motel no Engenho do Meio, Zona Oeste da capital, localizado bem na “beira” da BR-101. Ele explicou que usava muito esse estabelecimento quando morava na Favela do Detran, no bairro da Iputinga.


Entramos em um quarto pequeno, com decoração azul e branco. Sentado na cama de casal, com o corpo duplicado em um espelho no teto, Roberto explicou que o Grindr foi a sua porta de entrada para a prostituição. “Conheci o aplicativo quando tinha 18 anos, quando um amigo me apresentou. No começo, eu fazia sexo por prazer. Mas com o tempo notei que algumas pessoas faziam por dinheiro e decidi fazer também”, disse, quando ainda nos habituávamos com o ambiente da entrevista, que a todo momento insinuava uma quebra de protocolo social.


Roberto continuava explicando suas motivações para a entrada na prostituição, sendo a principal o dinheiro, claro. Mas uma outra característica do aplicativo o influenciou. No Grindr, é comum que homens não mantenham contato depois do sexo. O prazer é tido como algo imediatista, como a “modernidade líquida” de Zygmunt Bauman elevada ao máximo em termos de relacionamento. “Notei que as pessoas faziam sexo por fazer, sem nenhum sentimento ou compromisso. E eu também gosto muito de sexo. Digamos que uno o útil ao agradável”.


"Muita gente está percebendo a facilidade de conseguir dinheiro no aplicativo”.

No começo, ele cobrava R$ 50 pelo sexo. Hoje, pede R$ 90. Se o cliente não for o buscar de carro, é necessário pagar o Uber de ida e de volta. “Posso negociar com o cliente. Eu tenho uma maquineta e dividido em até cinco vezes”. A quantidade semanal sempre varia muito, mas em uma semana “boa” ele diz conseguir seis ou sete clientes. Roberto é negro e magro, com peitoral e abdômen levemente definidos. O acompanhante explica que começou a malhar há dois meses, pois a concorrência criou a necessidade de ter um corpo mais “atraente”: “Muita gente está percebendo a facilidade de conseguir dinheiro no aplicativo”.


Pergunto por que não cobrar por hora, como outros que tive contato durante a pesquisa: “Não calculo o tempo. Imagina se o sexo dura cinco minutos? Vão me pagar quanto? Geralmente os homens recorrem ao Grindr quando já estão com muito tesão. Na procura pelo sexo, eles veem ‘nudes’ de outras pessoas e se masturbam. Na maioria das vezes o sexo é rápido, porque já existe um tesão acumulado”, explica.


Ele também diz que não tem restrições de porte físico, aparência ou faixa etária, desde que o cliente seja maior de idade. Seu público médio tem mais de 30 anos e muitos são homens casados. Segundo ele, às vezes vão até com anel no dedo. “Quando eu saio, vou preparado para tudo. Porque eu preciso do dinheiro. Eu arrumo alguma forma de ficar excitado para transar”. Comento, nesse momento, que se ele fosse apenas passivo, o sexo seria mais fácil por não necessitar do pênis ereto: “Mas eu preciso sentir prazer mesmo que não precise de ereção”, responde. “Eu preciso me preparar mentalmente para sentir. O sexo é uma coisa psicológica”.


O sigilo dentro e fora de casa

Roberto mora com pai, mãe e dois irmãos. A família não sabe da prostituição, mas acha bem estranho o fato de o filho não ter emprego e sempre ter dinheiro. “Apareço com roupas novas. Tem um cliente que me paga com perfumes da Hinode. Isso cria uma desconfiança, embora ninguém tenha perguntado. Uma vez, durante uma briga, minha irmã soltou: ‘E tu, que faz programa?’. Mas acho que ela pensa que tenho um homem fixo, tipo um sugar daddy”, fala, rindo.


Ele se preocupa com a família, mas não se importa muito com os possíveis julgamentos de outros. “Não estou fazendo nada de errado”, resume. “Por exemplo, lá na favela existem meninos que ganham R$ 50 para vender uma bolsa com vários papelotes de maconha. Depois, eles repassam o lucro para os traficantes. Eles vendem muito, então existe uma renda. Mas eles estão correndo esse risco todo na rua. Eu ganho R$ 100 em uma noite e não tenho risco de ser preso. Existem outros riscos, claro, mas eu nunca vou ver minha mãe chorando na frente de uma delegacia ou de um presídio. Isso eu não quero”, conta.


O período alugado (de duas horas) já se aproximava do fim, então decidi encerrar questionando sobre futuro. Pergunto se Roberto pretende deixar a prática algum dia: “Sim. O meu maior sonho é ser cabeleireiro. Já trabalhei como assistente durante um ano e seis meses em um salão de beleza quando morava no interior. É uma coisa meio que nasci para fazer. Em 2020 vou tentar começar algum curso”, diz o michê, sem deixar de admitir que a vida de acompanhante tem sido bem cômoda. “Eu detesto ter rotina. Como trabalho pela noite, acordo na hora que eu quiser e monto meus horários de acordo com minhas demandas”.


Em turnê
Arte: Filipe Aca

Após conversar com um jovem de periferia, imaginei que fosse o momento de procurar rapazes em áreas nobres. Fui até Boa Viagem, bairro que tem um dos metros quadrados mais caros do Recife. Para os habituados ao Grindr, a área também é conhecida pela elevada quantidade de michês. Comecei a trocar mensagens com um rapaz chamado Yago (nome profissional). No perfil, seu nome era “20cmGROSSO”. “10 jatos de porra, apartamento sem porteiro, vídeos e fotos no WhatsApp. Aceito cartões”, dizia a descrição do perfil. Trocamos WhatsApp e agendamos uma conversa em seu flat, localizado na Avenida Domingos Ferreira.


Yago, no entanto, sempre desaparecia no dia da entrevista. Surgia no WhatsApp horas após o combinado. Na minha última tentativa, aguardei por ele sentado em uma espécie de hall do prédio. Após telefonemas fracassados, avistei dois rapazes brancos, fortes e tatuados entrando flats sobrepostos. Imaginei que aquele prédio de baixa estatura, para os padrões de Boa Viagem, pudesse ser residência para mais garotos de programa. Abri o Grindr e lá estavam os dois: 20CM ROLÃO GRS, de 21 anos, MLK PAU GROSS, de 19. Falei com o segundo, instigado principalmente pela idade. Expliquei que era jornalista e estava procurando personagens para uma reportagem sobre garotos de programa que usavam aquele aplicativo móvel. Ele aceitou conceder a entrevista e, assim, me direcionei para o seu flat.


Nicolas (nome profissional) estava só de cueca quando abriu a porta do pequeno apartamento, composto por uma cozinha e um quarto, onde ele recebia clientes. O cômodo estava totalmente escuro, apenas com um ar condicionado ligado, então pedi para que ele abrisse um pouco a cortina. Sentado na cama, o adolescente explicou que é natural de Manaus, mas atualmente mora na cidade São Paulo e tem passado a maior parte de seu tempo viajando “a trabalho”. “Eu passo períodos em cidades, sempre atendendo em algum lugar alugado. Já fui para cidades como Curitiba, Porto Alegre, Balneário Camboriú, Foz do Iguaçú e Goiânia”, explica.


No momento da entrevista, ele estava em uma “turnê” pelo Nordeste. Havia acabado de chegar de Natal e estava começando um período no Recife. “Aluguei esse flat por R$ 1500 para um mês”, revela. Boa Viagem foi sua escolha por ser um bairro nobre, mas também “turístico”, que praticamente monopoliza o ramo hoteleiro de cinco estrelas no Recife. Entre os clientes, já colecionava turistas internacionais que aproveitavam o verão pernambucano.


"O Grindr é melhor pois consigo conhecer as vizinhanças dos bairros em que fico hospedado.”

Suas primeiras experiências como garoto de programa foram através do Facebook, onde ele atualmente mantém 6 mil seguidores. “Não era uma conta específica para isso, mas alguns caras me mandavam mensagens para pagar por sexo. Comecei quando ainda tinha 17. Eu era menor de idade, mas não revelava, já que minha aparência não denunciava. Comecei a viajar quando cheguei aos 18. Depois também fui para sites especializados, até que acabei chegando no Grindr. Nas duas plataformas consigo levantar um dinheiro bom, mas o Grindr é melhor pois consigo conhecer as vizinhanças dos bairros em que fico hospedado”, comenta o garoto.


Comparado a Roberto, os valores de Nicolas são mais elevados. Ele cobra R$ 150 por hora, caso seja ativo - sua posição de preferência. Para ser passivo, sobe para R$ 200. “O preço aumenta se for um casal ou se o cliente deseja realizar algum fetiche. Eu realizo diferentes tipos de fetiches, menos sexo sem camisinha. Alguns clientes pedem, mas acho estranho e arriscado”. Apesar dos perigos que a prática impõe, Nicolas está conseguindo concretizar seus desejos. Ele conhece diferentes cidades e novas pessoas, enquanto “vende” prazer como financiamento de seu futuro. Em uma semana, revela conseguir R$ 3 mil ou R$ 4 mil, no mínimo. Parte do lucro está indo para uma poupança.


Após quinze minutos de conversa, no entanto, suas respostas ficaram mais monossilábicas. “Tá bom, não quero falar mais”, diz. Ele coloca sua mão no meu pênis e ativa um semblante galante, repetindo que não quer mais falar. Expliquei que precisava de mais informações e uma relação sexual seria antiética naquele contexto. “Então vamos terminar. O que mais você quer saber?”, fala, alterando completamente de tom e expressão. Havia muito o que explorar em Nicolas, mas o constrangimento tomou conta do ambiente. Fiz algumas perguntas desajeitadas. Ele me deu respostas curtas, rápidas e com visível impaciência. Depois, disse que tinha um cliente chegando no flat e, por isso, eu precisava sair.


O michê me levou até a porta depressa. “Podemos nos ver depois do programa?”, pedi. Ele assentiu com a cabeça e fechou a porta. Quando cheguei na calçada, não demorou um minuto para perceber que Nicolas havia me bloqueado. Por sorte, durante a conversa eu consegui o seu nome de usuário no Instagram, onde ele tem quase 10 mil seguidores e se define como “modelo”. Vi que chegou a ir à Praia de Porto de Galinhas, no litoral sul de Pernambuco, depois seguiu para Fortaleza (CE), dando continuidade à turnê nordestina.

"Até onde a moralidade resiste quando a ascensão da tecnologia acompanha a escalada do desemprego e da precarização?"

O assédio no flat de Nicolas não foi o único episódio que me sobressaltou durante a procura. Cheguei a encontrar várias pessoas procurando por drogas e rostos conhecidos que apontavam “aceitar cartões” em suas descrições. Outros não eram adeptos da prática em tempo integral, mas que de vez em quando alteravam seus nomes pois precisavam de um “trocado”. Isso me surpreendia não apenas pela facilidade de oferecer programas, mas também pela banalização da prática. “Você é GP?” ou “Curte por grana?” eram questionamentos que chegavam frequentemente em minha caixa de mensagens. E se eu quisesse? Indicaria meus preços, minhas restrições? Qual é o preço de cada um? Até onde a moralidade resiste quando a ascensão da tecnologia acompanha a escalada do desemprego e da precarização?

As vitrines da sexualização

Durante uma recente viagem a São Paulo, fiquei hospedado em um hotel próximo ao aeroporto de Congonhas, na Zona Sul. De forma didática, um sujeito que parecia ter cerca de 50 anos me propôs entrar em um esquema de prostituição masculina que atendia exclusivamente pilotos internacionais que se hospedavam na capital paulista. Instiguei o diálogo com o objetivo de obter mais informações e acabamos indo para o WhatsApp. “Os pilotos preferem entrar em contato comigo por uma questão de segurança. Também para evitar exposição”, argumentou o homem, que se apresentou como Sérgio. O valor por programa? US$ 100, cerca de R$ 400, por hora.


O “agenciador” também disse que precisava de fotos dos rapazes, algo semelhante ao “book rosa”. Por isso, me convidou para ir ao seu apartamento na Moema, bairro próximo do aeroporto, para uma sessão de “fotos sensuais”. Expliquei que morava no Recife, o que impossibilitava minha participação no esquema: “E se pagássemos suas passagens de avião quando algum deles te escolhesse?”, perguntou, insistindo na realização do book. Essa oferta acionou um alerta. Afinal, passagens de avião extrapolam bastante a faixa de US$ 100.


Não pude ir ao apartamento na Moema por uma questão de segurança, mas sempre me questionei quais seriam os reais interesses daquele homem com um jovem nordestino em viagem. Uma “presa fácil” na selva de pedra paulistana. O que eu encontraria no apartamento na Moema?


No WhatsApp, a foto de Sérgio mostrava um casarão de aspecto antigo e rodeado holofotes de luzes vermelhas. Mais tarde, descobri que era um famoso prostíbulo do Red-Light District, a “zona de meretrício” de Amsterdã, na Holanda, onde as prostitutas dançam em vitrines. A escolha da foto me pareceu apropriada. No Grindr, mesmo quando não se vende sexo, é como se todos estivessem dançando em vitrines.

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